Companhias aéreas trabalham por crescimento a médio prazo

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Após sofrer com os impactos da pandemia da Covid-19, setor tem projeções otimistas.

O setor da aviação esteve entre os mais prejudicados pela pandemia da Covid-19. A significativa redução no transporte de passageiros e de cargas provocou queda na receita das companhias aéreas ao redor do mundo. Os impactos econômicos foram profundos, mas com o avanço da vacinação e o maior controle da crise sanitária, as empresas esperam retomar o crescimento em médio prazo.

No Brasil, o setor também sentiu a gravidade da situação, como revelam os números do estudo Redes e Fluxos do Território: Ligações Aéreas (2019-2020), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2020, fase mais crítica da pandemia, o total de passageiros diminuiu 53% em comparação com 2019, passando de 93,8 milhões para 44 milhões. Uma redução de quase 30% também foi observada no transporte de cargas, que caiu de 400 mil toneladas para 282 mil toneladas.

Tanto no Brasil, quanto no exterior, as empresas adotaram medidas drásticas para conter as dificuldades econômicas, tais como demissões em massa, incentivos ao Plano de Demissão Voluntário (PDV), redução de salários e jornadas, licenças não remuneradas, dentre outras.

Durante a pandemia, a empresa norte-americana e uma das gigantes do setor, American Airlines, anunciou que reduziria em 30% o quadro de pessoal. A mesma situação se repetiu na companhia britânica EasyJet.

British Airways, Iberia, Ryanair e Virgin Atlantic também não saíram ilesas aos reflexos da pandemia. No cenário nacional, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes e a Latam Airlines Brasil também sofreram com a crise.

Empresas apostam no processo de retomada

O avanço da vacinação contra a Covid-19 possibilitou o maior controle da crise sanitária e a redução das restrições para a realização de viagens. A expectativa é que a demanda reprimida impulsione a retomada do setor da aviação, que mantém uma perspectiva otimista de crescimento.

Pensando nisso, já foi planejada a ampliação da malha aérea brasileira para o verão. De acordo com levantamento realizado pela CCR Aeroportos, a pedido do jornal Folha de São Paulo, entre dezembro e janeiro estarão disponíveis pelo menos 519 rotas. O número é maior do que o disponibilizado no mesmo período pré-pandemia, entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, que somava 443 rotas.

Ainda de acordo com o levantamento da CCR Aeroportos, a Azul irá ofertar dois mil voos extras para 21 novas rotas durante a temporada de verão. Já a Gol terá 60 novos trajetos no mesmo período.

Embora a Latam não tenha fornecido detalhes, a empresa incluiu novos destinos ao longo deste ano, somando um total de dez em comparação com o período pré-pandemia.

E não apenas o lazer e o entretenimento devem impulsionar o transporte aéreo durante o verão. Os bons resultados alcançados pelo segmento de viagens corporativas tem tanto dado alívio às empresas, quanto expectativas otimistas para o próximo ano.

De acordo com a Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp), o segmento faturou R$ 987 milhões em julho deste ano. A cifra é quase 2% superior ao verificado em julho de 2019, antes da crise sanitária.

O setor aéreo teve destaque neste desempenho, sendo responsável por 65% do faturamento, o que corresponde ao valor de R$ 644 milhões. O resultado é quase 3% superior ao verificado antes da pandemia.

Foto: Freepik

É hora de investir?

O aquecimento ou desaquecimento de um setor, assim como o desempenho de uma empresa, são responsáveis pelo maior ou menor interesse dos investidores.

No caso das companhias aéreas listadas na Bolsa de Valores (B3), como a Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4), a realidade vivida pelo segmento de aviação contribuiu para quedas acentuadas nos valores das ações.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), antes de escolher um ativo para investir, é necessário avaliar o cenário econômico, o balanço e as projeções feitas pela empresa.

Quando uma ação está com o preço mais barato pode representar uma oportunidade ou risco, dependendo da conjuntura. Se houver expectativa de valorização no futuro, o investidor poderá obter ganhos. Mas se a situação for inversa, de agravamento de um momento de crise, há chances de perda financeira.

A recomendação da Anbima aos investidores é estudar as características do investimento, a empresa, o mercado e as projeções econômicas antes de se tornar um acionista.

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